sexta-feira, 12 de julho de 2013

Plasticidade

Toda essa loucura de estar vivo não faz mesmo algum sentido, o próprio ato de se sentir já qualifica a razão de ser, a falta de razão é o que deve lá fazer algum sentido. Existir é como ser um saco plástico que se esvoaça por aí, é composto de matéria, mas por dentro é preenchido por um vazio, e o vento que o leva ,o enche e o impulsiona, é o vazio em si a razão que o move. Até que o vento o empurrando, o empurra para tão longe, que logo se perde noutros rumos, e desde já o vazio que preenche o saco plástico agora tem sentido. O vento sopra pra longe, e assim vai o saco, mas uma hora o vento acaba. O que resta é a matéria, é o plástico. O plástico que cái em terra para se decompor em meio aos mineirais. O ser é o plástico, o vazio que o vento preenche uma hora esvazia-se de vez. O ser é o plástico, o ser detém uma plasticidade que o faz mudar de rotas durante todo um ciclo, para num final se plastificar no fim obscuro de sua própria matéria.