quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Desalento



Um espectro negro bateu à porta, e sem pena quebrou essa barreira, que aparentemente dotada de solidez, agora se mostrava fraca... Entrou e perfurou este invólucro sobreposto de dermes,  adentrou tal seio fragilizado por quimeras de um estado caótico... Perfurou-lhe cordialmente, assim arrancando-lhe o rubor sanguíneo e preenchendo de um vazio acinzentado. Prostrado, como um corpo que flutua sem destino, sentou-se ao seu lado a dona dos trajes negros, ali ficou por horas... Ela então, resolveu que ao corpo faria companhia,  ali permaneceria e compartilharia toda agonia funesta desse alguém que nada só. Olhares perdidos, procurando algo inexistente, um leito talvez, no qual pleiteasse alguma plenitude. Sem forças, com espectros escuros , de alma rendida... Passou ao estado de dor absoluta... Até que a insanidade tomou conta... Acordou o corpo, sem vez na realidade... Mas agora noutra dimensão.