terça-feira, 10 de setembro de 2013

Nowhere man.

O corpo pesava mais que a densidade maciça do chumbo. A penumbra causada pelo tímido sol daquela manhã direcionava ao leito uma coloração acinzentada, tal como aquela alma flutuante. Era notório que aqueles olhos cerrados já não mais enxergavam.  Hoje cedo ninguém o visitara, nem mesmo durante todo o dia, nem mesmo em seu passado não muito remoto, ninguém nunca o visitara. O preço de conhecer-te bem é este meu caro amigo, conheça por inteiro a ti mesmo e viverás em segregação total. Loucura? Talvez um submundo sem cores ou um existir mesmo sem rumo. Mas assim o fora e assim se acabou. Foi homem de lugar algum. O cheiro insuportável toma conta do aposento e o sol a pino clareia e ofusca o corpo já em desintegração. Ninguém nunca soube, nem mesmo saberá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário