domingo, 6 de outubro de 2013

Do sentir insano

E assim ao
lançar olhares,
nada saberás.

Nada faz sentido
quando se sente

Se o peito flameja
e o olhar vaga...
Esqueça o que circunda-te.

Nada faz sentido
quando se sente

Agora resta o nada,
que ao tudo deu causa.
Resta tu, alma vaga
de corpo erradio.

Esqueça-te das páginas
que agora amarelam-se
na última gaveta
dos teus pensamentos perdidos.

Nada faz sentido
quando se sente

Foi um dia
em que era senhor de tuas ideias,
mas agora te tornas escravo.

Resta-te o nada de viver,
submerso nas sensações
perdidas do sentir.

E assim vagueia...
Voa como um
pássaro sem ninho

e que, sem solo
não encontra lugar pra repousar.
Mas isso tampouco importa.

A consciência própria
de teu estado pueril,
condena-te à dor...
à dor que deveras amarra-te.

E por essa razão
te lanças ao mar das intensidades,
aos ditames de tua inconsciência
que não nega o sentir.

Nada faz sentido
quando se sente

Esqueça-te agora
que és razão
e lembra-te que és substância...
que és humano.

Vejas! De tu foras roubada
a incolumidade
e a certeza de teus passos.
Mas o brilho, à visão retorna.

Entrega-te à desrazão total
de teu íntimo,
pois o cintilar nos olhos
é mais importante que o sentido de tudo.

Pois nada faz sentido
quando se sente.





                                                               Àquela que me tira a razão.

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