sábado, 13 de abril de 2013

Ares anamnésticos



Puxou o fôlego e apurou de sua memória poucas e vívidas lembranças. As recordações táteis e sensações insólitas lhe deram o ar de revivescência, não este ar que se encontra na atmosfera, não qualquer ar, mas aquele que, realmente, lho fazia respirar. Era um ar assim, de gosto e de cheiro, palpável e visível, que lhe permitia respirar momentos de sua lembrança e em insana consciência viver o momento pretérito, ali e agora, e projetar na tela de seu consciente, ou melhor, desconsciente, todos instantes intensamente vividos e saudosamente inacabados. Soltou o fôlego, respirou o ar, agora atmosférico, e prosseguiu os passos. O Presente lhe chama.

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