segunda-feira, 15 de abril de 2013

Um bilhete ao Tempo

— Olá Tempo, desculpe-me, mas terei de falar com certa aspereza, o que acho plenamente justo diante de sua rispidez. Nada mais injusto e imcompreensível que o tempo. Não gosto de você, Tempo. Não me compreendes? Não peço nada mais que inverter-se e seguir o meu próprio tempo. Ah, como queria eu, ser teu dono, Tempo. Inverteria os ponteiros e tiraria as engrenagens deste objeto que carrego no pulso. Não te peço muito, peço apenas seu controle. Como seria mais fácil, eu dono de ti, somente para tê-la em meus braços. Inverteria a regra sexagesimal de seus segundos, minutos e horas, apenas para prolongar os rápidos momentos que perto dela permaneço, e retardaria a contagem do tempo nos momentos em que distante dela estou. Mas não, insistes em ser ríspido comigo. Dê-me tempo! Eu não peço nada mais que tempo. Tempo meu e dela, tempo nosso. Estou contrariado contigo, Tempo... dê-me apenas tempo...

Ass.: um amante

Nenhum comentário:

Postar um comentário